O Movimento Todos à Mesa apresenta um estudo inédito que cruza e analisa dados das principais fontes de informação para identificar as alavancas para potencializar a redistribuição de alimentos no combate à fome no Brasil e subsidiar estratégias de doação alimentos para a indústria e o varejo.
visões analisadas
via entrevistas e coleta de opiniões em profundidade com diferentes stakeholders do tema de redistribuição.
Incluindo membros da coalizão TaM, bancos de alimentos, ONGs e experts.
+ 40
perspectivas
Consultamos e analisamos diversas fontes de dados públicas, entre elas PNAD, IBGE, Vigisan, FAO, World Food Programme, Nações Unidas, Receita Federal, Comex associações setoriais como ABRAS, ABIA, ABRASEL...
desk research
leis e projetos em tramitação
+ 20
Benchmarking com países e instituições de referência na redistribuição de alimentos e combate à fome, como França, Portugal, EUA, México, BAMX,
Feeding America, ReFED, RBAA...
Consolidação de tendências, de acordo com acompanhamento de notícias e publicações recorrentes.
Embrapa, FGV, Global Foodbanking Network...
benchmarks e tendências
METODOLOGIA
O estudo foi elaborado com inputs diversos e abrangentes envolvendo:
CONTEXTO :: insegurança alimentar
Prevalência da Insegurança Alimentar Grave e Moderada
[em milhões de pessoas]
Brasil tem mais de 20 milhões de pessoas em insegurança alimentar grave e moderada – 10% da população.
INSEGURANÇA ALIMENTAR MODERADA
Quando há restrição no acesso aos alimentos, isto é, na quantidade que é consumida
INSEGURANÇA ALIMENTAR GRAVE
Quando há escassez de alimentos para todos os indivíduos de uma família, podendo levá-los até mesmo à condição de fome
Nota: Valores consideram dados da PNAD (Amostragem com +210k domicílios, distribuídos por cerca de 3,5k municípios. Coleta de informações 5x ao trimestre. Baseado no questionário completo do EBIA); para 2020-2022, dados são da VIGISAN (Amostragem com +12,7k domicílios, distribuídos por cerca em 1,7k setores censitários. Pesquisa ou entrevista 1x por domicílio. Baseado em questionário simplificado do EBIA); Considerando tambem IA leve
(+43,6 M de pessoas), Brasil possuía, em 2023, 64,2M de pessoas em alguma situação de insegurança alimentar. Fonte: Banco Mundial, PNAD (2004-2023), VIGISAN (2020-2022)
Mesmo com melhoria recente da fome no país, Brasil ainda é relevante no mapa global da fome, ocupando o 15° lugar no ranking global.
1
Note: (1) Considera valores de 2020, 2021 e 2022 para estimativa de posição no ranking; Na base da FAO não foi encontrado informações sobre outros países sul-americanos, como Colômbia, Uruguai, Peru e Venezuela. Fonte: Países com dados disponíveis em estatísticas se segurança alimentar da FAO (FAOSTAT)
[em milhões de pessoas, média de 2020, 2021 e 2022]
Prevalência da Insegurança Alimentar Grave
FOCO :: combate à fome
A redistribuição de alimentos, foco da discussão, é uma entre várias medidas necessárias na prevenção e combate à fome.
PREVENÇÃO
COMBATE
Hoje, doações de alimentos representam menos de 1% do total de alimentos desperdiçados no Brasil, abaixo dos níveis de países vizinhos.
Consideradas apenas doações por meio de banco de alimentos.
Doações diretas poderiam aumentar o percentual em até duas ou 3 vezes aproximadamente.
[como porcentagem de desperdício de alimentos, 2021-23]
Doação de alimentos
Nota: Metodologia | Doações1: Volume total de doações repassadas da RBBA, com range máximo incluindo estimativa de doações totais, além dos bancos de alimentos; Desperdício1: Análise Bain | Doações2: Volume total de doações da RBBA; Desperdício2: Estudo resgate e doação ministério da Agricultura | Doações3: Volume total de doações da ABACO; Desperdício3: Estimativa ABACO e Atlas FBN | Doações4: Volume total de doações Feeding America; Desperdício4: Range entre reporte ReFED e ReFED insights engine.
Fonte: Rede Brasileira de Bancos de Alimentos, Red Bancos de Alimentos Argentina, Ministério da Agricultura Argentino, ABACO, Red BAMX, Coneval, Feeding America, ReFED, AFN, ONU, FBN Atlas, Estudo Fome e Abundância, análise Bain
AMBIÇÃO :: match geográfico
Quando cruzamos o desperdício reaproveitável com as áreas de maior vulnerabilidade, vemos que há ainda muita oportunidade para aumento de doações. Pois a fome está concentrada nas grandes cidades, assim como o desperdício reaproveitável de alimentos.
Pessoas com Insegurança Alimentar grave e moderada
(em milhões de pessoas, 2023)
Desperdício reaproveitável de Indústria, Varejo e Foodservice*
(Mton, 2022)
*Nota:Análise no nível município feita apenas para esses elos da cadeia que representam ~70% do total reaproveitável.
Cidades muito grandes e grandes concentram a maior parte da fome e do desperdício reaproveitável – e comportam bancos de alimentos e mecanismos de redistribuição.
Fonte: VIGISAN, Banco Mundial, Departamento do Censo dos Estados Unidos; Definição - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA); IBGE Sidra: Produção Agrícola Municipal, Pesquisa Trimestral do Abate de Animais e Pesquisa da Pecuária Municipal; FAO – Save Food (2011); Embrapa; Conab; USDA; ABPA; COMEX; ONU; IPC Maps; FGV; Nações Unidas; ABRAS; Clippings
Atual*
Potencial
200
600
3 x
*Nota: Para banco de alimentos sem dados indicados, utilizou-se a média de volume recebido como proxy para inclusão deles no volume atual de partida. Fonte: RBBA; Todos à Mesa; VIGISAN, PNAD
Doações devem chegar ao nível
de referência do México – ainda
a metade vs. Estados Unidos.
AMBIÇÃO :: redistribuição de alimentos
É factível crescer o volume redistribuído em 3 vezes aproximadamente, podendo chegar a 600 mil toneladas por ano.
Demanda existe, e está próxima às origens/fontes de doção.
Necessária conexão entre oferta e demanda, com aumento de capacidade do ecossistema.
Fonte: Entrevistas e pesquisa qualitativa e quantitativa com profissionais do Varejo, Indústria e Foodservice, conduzida entre Mai-Jun/24, n= 21; Senado Federal; Governo Federal; Confaz; Taxhawk; análise Bain
ALAVANCAS :: volume de doações
Doar é, no mínimo, equivalente a descartar.
A regulação protege beneficiários e doadores, mas não restringe a agilidade e o volume.
Boas práticas são difundidas e conhecimento é compartilhado.
Doar, sob certas circunstâncias, é financeiramente equivalente a descartar.
A regulação protege doadores, mas processos de viabilização são complexos e limitantes.
Há boas práticas sendo performadas, porém estão dispersas entre os atores.
Os ambientes tributário, regulatório e de engajamento já reúnem condições propícias às doações, embora avanços sejam necessários para o alcance da meta.
Tributário
Engajamento
Regulatório
Cenário Atual
Cenário Ideal
PRINCIPAIS ALAVANCAS
20 milhões de pessoas se encontram em insegurança alimentar grave ou moderada
CONTEXTO
12 milhões de toneladas de alimentos reaproveitáveis
Redistribuição de alimentos como uma entre várias alavancas para combate à fome
FOCO
AMBIÇÕES E METAS
Ampliar de 200 mil para 600 mil toneladas de alimentos redistribuídos ao ano
Retirar 3 milhões de brasileiros das condições de insegurança alimentar
ESTRATÉGIA ARTICULADA :: Redistribuição de Alimentos no Brasil
Tributário
Remoção dos ‘desincentivos’ às doações
1. AUMENTO DO VOLUME DE DOAÇÕES
Regulatório
Garantia de ambiente seguro e fluído para doações
Engajamento
Disseminação de informação e melhores práticas na indústria e varejo
2. CRESCIMENTO DA CAPILARIDADE DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO
Conexão
Atingir maiores doações de forma direta
Criação
Criação de novos operadores em áreas “descobertas”
Produtividade
Aumento da produtividade de operadores existentes
3. CONSOLIDAÇÃO E GESTÃO DE UM ECOSSISTEMA MODERNO
Gestão do Conhecimento
Solidificação do ecossistema por aprendizados e estudos técnicos
Tecnologia
Desenvolvimento de suporte através de dados e tecnologia